É aquilo, basta gerar uma faísca que lá vem fogo!

A poucos dias atrás, no meio de um dos maiores eventos esportivos do mundo, as Olimpíadas mundiais, presenciamos a atleta americana Simone Biles, 24 anos, considerada uma das maiores ginastas de todos os tempos, anunciou que não iria disputar algumas provas em que era a grande favorita nas Olimpíadas de Tóquio, sua justificativa foi: “preciso cuidar de sua saúde mental“.

Bom, a partir daí é como se abrisse uma porta emperrada há muito tempo, e muitos outros atletas, artistas e outras pessoas públicas, relacionadas ao esporte ou não, deram depoimentos, em solidariedade aos atletas como Simone, e por experiência própria ou não, confirmaram que os distúrbios mentais ocasionados pela pressão das disputas e treinos, são conhecidos, porém, pouco expressados e debatidos, ou seja, adoecem calados e muitas vezes são impedidos de continuar a sua carreira.

Mas qual a novidade ou ponto central que vamos tratar? E olha, confesso que de esporte não entendo quase nada, mas me chama muito atenção, como um observador da Ciência da Psicologia e da Saúde Mental das Organizações, que a história se repete em todo o universo corporativo, seja ele industrial, de serviços, públicos ou privados, na área da saúde na totalidade, e, porque não nos esportes, nas artes, etc.

Estamos falando do preconceito relacionado a Saúde Mental, daquilo que tentamos esconder por muito tempo, e que a pandemia causada pelo Corona Vírus trouxe à tona com tudo.

Fazer Psicoterapia é coisa de louco?

Quando iniciei a minha formação em Psicologia em 1985, tivemos contato com um vídeo documentário realizado pelo CRP (Conselho Regional de Psicologia), onde entrevistavam várias pessoas na rua, que diziam que fazer terapia, consultar um psicólogo, mesmo quando necessitava, era coisa de louco… demos risadas naquele momento e pensávamos ser um absurdo, alguém ainda pensar desta forma, no entanto, se passaram 36 anos, e pasmem muita gente pensa assim atualmente.

E o agravante do tema principal deste artigo, relacionado a alta performance, alto rendimento, é que toda exigência em excesso, leva o indivíduo a experimentar sensações de impotência que beiram a insanidade, muito provavelmente, baseado na minha experiência no mundo organizacional, é por falta de Líderes, Coaches, termo mais utilizado no esporte, sem nenhum preparado Psicológico, e tão pouco de multiplicação de práticas saudáveis de autocuidado e auto empoderamento.

Resultado por Resultado, calma lá, vivemos uma cultura do preparo para a vitória, sem preparo para o sucesso, quero dizer que para alcançarmos sucesso, precisamos ganhar outras batalhas invisíveis, subjetivas, são sub resultados que podem ser medidos durante o preparo para as vitórias, e elas ocorrerão no sentido ecológico da palavra, respeitando as emoções, os limites físicos e psicológicos, isto dá trabalho, e não é frescura, como já ouvi em algumas organizações: agora tudo é emocional!! Com certo sarcasmo, respondo: é sim, sempre foi, é que agora, parece que estamos mais preparados para ouvir também esta música emanada das nossas mentes cansadas e corações sensibilizados.

Veja um comentário da Simone Biles, logo após o seu pronunciamento, veiculado no globo play:

Não dá a impressão que faltava algo no preparo dela? E se reconhecêssemos mais as fragilidades humanas dos profissionais de todos os ramos de atuação, será que teríamos melhores desempenhos? Será que eles acreditariam mais neles mesmos? Estamos falando de autoestima, de integridade, de sentir-se completo, respeitado nas competências.

Isto está acontecendo no esporte e em todo grupo organizado, é uma questão de concebermos o Ser Humano na sua integridade e acreditar que a produtividade está intimamente ligada a essência humana, sem ela, nada feito.

E se quiser dicas de como implementar um Programa de Saúde Mental na sua empresa, acesse o link e baixe um e-book gratuitamente, você vai gostar!!

Por: Airton Camargo
Psicólogo, Coaching Executivo e fundador da Coaching & Education.


Airton Camargo
Airton Camargo

Formado em Psicologia pela Universidade Metodista, MBA - Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, Especialização em Direito e Relações do Trabalho. É Psicodramatista e Terapeuta Organizacional, é formado em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, em Team Coaching pela Development Coaching, entre outros.​​ Há 35 anos trabalhando com Desenvolvimento de Gente em diversas empresas nacionais e multinacionais. É Consultor Sênior e Coach da Coaching & Education, Facilitador e Coordenador dos Programas de Desenvolvimento do Líder Coach.

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