Neste ano recebi vários pedidos de orçamento para palestras com o tema Liderança Digital, algumas realizei, outras não foram aprovadas, e quando não são contratadas, cabe sempre uma reflexão, onde não deu aderência, onde não deu sintonia com a empresa contratante.

São várias as razões, na maioria das vezes o feedback é inexistente, ficamos sem saber o porquê, e pode ser por preço, por não gostarem do “speech” (tipo de discurso do palestrante), e pode ser também pelo tipo de abordagem, conceito etc.

E outro dia, um cliente amigo, me deu um feedback que me fez refletir e gostaria de compartilhar com vocês.

Disse ele: “Airton, os tópicos que você aborda sobre o tema Líder Digital, não atendem o que a empresa quer transmitir para os seus Líderes”, neste momento senti que não havia feito um briefing legal, e pedi para ele me falar mais a respeito:

Pois é, a empresa quer passar para os Líderes a mensagem, de que agora o papel deles é tornar-se cada vez mais digital e saber manejar rapidamente, as ferramentas disponíveis, com precisão e menos desperdício de tempo com conversas e reuniões” e prosseguiu: “Sua proposta vai muito na linha de que o Líder deve se aperfeiçoar em gente primeiro, e por meio disto utilizar as ferramentas digitais disponíveis”, agradeci muito a ele pelo feedback, infelizmente na nossa cultura, só amigos dão feedbacks assim, e parei para pensar se eu estava no caminho certo com este tema.

A conclusão é sim e não, acompanhe meu raciocínio: se a empresa quer dar velocidade aos seus processos, sua comunicação e Liderança, eu deveria elaborar palestras na linha do ágil, diretas e objetivas, que dessem respostas e caminhos que eliminassem a subjetividade inerente as relações humanas, é uma estratégia, que daria muito certo, se as pessoas estivessem em um tal nível emocional, que as permitissem buscar no trabalho apenas, uma atividade, a execução com a utilização das suas competências, seria ótimo, portanto sim, é o tipo de palestra que venderia bastante, como aqueles produtos para recuperação capilar, “passe a loção e verá o seu cabelo crescer no outro dia.”

Mesmo assim respeito o objetivo e a intenção, mas não estamos numa maré que, transformando Líderes em robôs, vamos conseguir melhores resultados, eu li uma frase do Vice-presidente de Pessoas para a América do Sul da Ambev que achei interessante (Revista Você RH – AGO/SET – 2021, pg. 35): “As pessoas precisam mergulhar dentro de si mesma para entender seus limites. A empresa deve dar espaço para o acolhimento e criar um ambiente para que as pessoas possam buscar ajuda. E os Líderes devem estar preparados para recebê-las “

Dois pontos que quero chamar a sua atenção: mergulhar dentro si: olha aí o autoconhecimento, auto percepção, que sem isto as pessoas perdem o controle de si, ficam à deriva, sob o controle das coisas, das informações, perdem o fio da sua existência, sentem-se perdidas, sem propósito, afinal é no trabalho que socializamos mais, que criamos objetivos de vida, materiais e motivacionais.

E os Líderes devem estar preparados:  no mínimo Líderes que fazem este movimento de auto percepção, que conheçam seus próprios limites, suas digitais emocionais, o que o torna humano, sua marca, sua diferença. Depois que criar esta conexão humana, é possível quase tudo, junto as pessoas, porque de alguma maneira a razão humana do trabalho foi tocada, foi lembrada, e haverá seguidores, liderados dispostos a criar uma única digital, por qualquer canal de comunicação disponível, seja ele por meio de uma simples ligação, ou mesmo por tecnologias digitais Inter galáxia.

Assinatura: Airton Camargo, é Psicólogo, Coaching Executivo e fundador da Coaching & Education.


Airton Camargo
Airton Camargo

Formado em Psicologia pela Universidade Metodista, MBA - Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, Especialização em Direito e Relações do Trabalho. É Psicodramatista e Terapeuta Organizacional, é formado em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, em Team Coaching pela Development Coaching, entre outros.​​ Há 35 anos trabalhando com Desenvolvimento de Gente em diversas empresas nacionais e multinacionais. É Consultor Sênior e Coach da Coaching & Education, Facilitador e Coordenador dos Programas de Desenvolvimento do Líder Coach.

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